ENTRELAÇANDO VIVÊNCIAS: MEMÓRIAS E PRÁTICAS DE UMA PROFESSORA NEGRA DA ROÇA

 


Ana Maria Anunciação da Silva[i]. Universidade do Estado da Bahia. E-mail: annaichu@hotmail.com;
Antonio José de Souza[ii]. Universidade Católica do Salvador - UCSal. E-mail:  tonnysouza@gmail.com.

                                                         

ALGUMAS ADVERTÊNCIAS

 

Neste relato de experiência, a primeira autora apresenta parte de suas memórias enquanto mulher negra da roça, entrelaçando-as com as vivências e práticas sociais, entendidas como uma teia em construção. Este relato é um constructo baseado e alicerçado no pensamento freiriano. Desse modo, a partir da abordagem (auto)biográfica, a narrativa é apresentada em primeira pessoa, pela autora, explicitando os impasses que vivenciou nos aspectos identitários acerca da cor negra, da classe social e da prática pedagógica na Educação do/no Campo/roça. Trata-se de um texto crítico, problematizador e propositor no sentido de como a escola do/no campo/roça e comunidade podem construir um currículo que entrelace os saberes, fazeres, a história e as identidades dos seus povos. Vale destacar que o mencionado relato é parte de um estudo maior, orientado pelo segundo autor.

 

PRÓLOGO, MEU CONTEXTO

 

Sou filha, neta, bisneta e tataraneta de agricultores(as) negros(negras). Aprendi desde cedo, através das vivências afro-sertanejas, a pisar o milho no pilão, domesticar a mandioca, bater o feijão na vara, despalhar o milho, limpar a cacimba, tecer a palha do ariri, buscar a lenha e água na cabeça por caminhos longínquos, fabricar candeeiro, machucador de feijão, cobertor e adobes para fazer um puxadinho na casa; definitivamente, um emaranhado de criatividade, principalmente durante os períodos de estiagem.
Essas vivências corroboraram, de forma significativa, para que eu percebesse a proximidade das minhas raízes ancestrais, atreladas às lutas sociais e ao meu ser/fazer docente em um território que têm especificidades próprias e uma “antropologia ecológica” particular. Essa indissociabilidade coaduna com a fala de Malvezzi, (2007, p. 9), sobre o semiárido brasileiro não ser “[...] apenas clima, vegetação, solo, sol ou água. É povo, música, festa, arte, religião, política. É processo social. Não se pode compreendê-lo de um ângulo só.”. À vista disso, esse relato traz a perspectiva da minha memória que é “[...] um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia.” (LE GOOF, 2013, p. 435, grifo nosso).
As minhas identidades estão ligadas às memórias ancestrais e ao viver e sobreviver na caatinga/roça[iii], “[...] a partir de uma posição histórica e cultural específica.” (HALL, 2014, p. 28). Mas, estão atreladas, também, às minhas travessias por “entre-lugares” (BHABHA, 1988) em convívio com outras pessoas. Por isso, essa escrita tem base fenomenológica, suscita a experiência do ser negra na roça, uma epistemologia das vivências, pois, “[...] diz respeito à própria concepção de fenômeno, do que é percebido. ‘Perceber o fenômeno’ quer dizer que há um correlato e que a percepção não ocorre no vazio, mas em um estar percebido.” (BICUDO, 1994, p. 18). Apresento, além das minhas vivências no campo/roça, o relato de uma das experiências pedagógicas que desenvolvi no Colégio Santo Antonio, localizado na região rural da minha cidade – Ichu – que faz parte do Território do Sisal, estado da Bahia.
Trata-se, portanto, de um entrelace entre o “concebido, percebido e vivido” (SOUZA; SOUZA, 2020); nesse sentido, a minha prática docente é atravessada pela reflexão que eu faço do tempo de aluna, na tenra infância, estudando numa escola de classe multisseriada de currículo alheio aos meus contextos e com “[...] sérios inconvenientes referentes à estrutura física, à composição das aulas, marcadas pelo improviso [...]” (SOUZA 2018, p. 93), mas, principalmente, era uma escola multisseriada marcada pelo descaso do Poder Público. Eu fui, enquanto aluna, carregada de “[...] expectativa de novos conhecimentos, mas também o anseio de [...] [enxergar minhas] culturas e identidades acolhidas, dignamente naquele espaço.” (SOUZA, 2016, p. 90). No rito de passagem da escola da roça para a escola da cidade eu tive as minhas identidades negra e da roça “revelada/rechaçada”. Sofri com os estranhamentos, risos, piadas e apelidos colocados por minhas vestes simples, pelos materiais escolares inferiores e insuficientes e por meu cabelo “duro”, “bombril”, “vassoura” e “ruim”. Foi difícil, ouvir o repertório depreciativo sobre a minha estética negra e o meu ser da roça (SILVA; SOUZA, 2020).
Por consequência, eu compreendo a escola como uma instituição ampla, capaz de manter viva as culturas afro-sertanejas, valorizando o processo educativo que acontece, também, pelas histórias de vidas dos(as) estudantes e seus familiares, repercutindo na memória comunitária. Por isso, busco através dessas vivências, favorecer a articulação dos saberes do povo, onde a escola está inserida, com a proposta curricular para que – de fato – ocorra, através da Educação do/no Campo/roça, a transformação das ausências em presenças (SANTOS, 2002).

 

A EXPERIÊNCIA NAQUELA CASA DE FARINHA

 

Eu sou uma professora-pesquisadora-agricultura (a ordem em que as palavras estão dispostas não sugere uma hierarquia) que nunca deixou de viver no campo/roça, cultivando a terra, isto é, vivo na tessitura entre ensino, pesquisa e extensão, esforçando-me para constituir um fazer pedagógico  crítico e humanizado, afinal, não vejo outro modo de uma professora negra e da roça exercer sua docência senão a partir de um engajamento político. Assim, envolta nas lembranças, escrevo problematizando o “silêncio” da sociedade e, consequentemente, da escola e rememorando o “esquecimento” histórico, responsável por aleijar as vivências e as culturas afro-sertanejas que se referem à “[...] tudo que caracteriza a existência social [desses povos].” (SANTOS, 1994, p. 24).
Depois desse prólogo, passo a relatar uma experiência que realizei, através de uma aula prática que se desdobrou em um verdadeiro “Caderno da Realidade”, pois, a seleção dos conteúdos é também uma ação pedagógica e política, afinal, como nos diz Freire, (2005, p. 45), “[...] tem que ver com: que conteúdos ensinar, a quem, a favor de quê, de quem, contra quê, contra quem, como ensinar.”.  
Nessa perspectiva, desenvolvi uma sequência didática intitulada: As potencialidades e os desafios das Casas de Farinha na Comunidade de Barra, município de Ichu/Bahia. Mas, antes da execução com os(as) alunos(as), eu realizei uma pesquisa exploratória, dialogando e colhendo narrativas dos(as) moradores(as) do lugar, a fim de conhecer o contexto histórico da Comunidade. No levantamento dos dados, observei que as Casas de Farinha daquele território estavam desativadas, quer dizer, existia apenas uma. Tal realidade acontecia (e acontece) por várias razões, mas, fundamentalmente, pela questão agrária, melhor dizendo, pela falta de terra para plantar.
Após o levantamento, estabeleci contato com a proprietária da Casa de Farinha em funcionamento – aqui nomeada – dona Resistência; uma mulher negra que com criatividade e resiliência, tornou-se guardiã da memória de um símbolo importante do campo/roça. Dona Resistência, buscava alternativas para plantar, cultivar, colher, domesticar a mandioca e armazenar os seus derivados, além disso, conservava viva a “lida árdua” que se constitui em conhecimentos genuínos, capazes de unir gerações, transferir legados de práticas e saberes. Refiro-me à “semana da farinhada”, permeada pelas noites de luas cheias, pelo divertimento ao som das sanfonas, o aconchego em esteiras de palhas, pela divisão responsável do trabalho, a observância e o cumprimento das tarefas no tempo combinado; pelos almoços coletivos sob as frondosas árvores, pelos “causos”, cantigas, adivinhações, lendas, receitas agroecológicas criativas e aquele cheiro bom do beiju recheado com coco, rapadura e enrolado na palha da bananeira.
Foi pensando nas amplas possibilidades do estudo da temática e da sua grande importância no contexto sociocultural e econômico do meu município que eu organizei e apliquei a atividade. Fiz, também, por acreditar que tais conhecimentos não alcançaram os meus(minhas) alunos(as) em função da desativação das Casas de Farinha e por não terem eles(elas), crianças com pouca idade, testemunhado a rotina da “semana da farinhada”. À vista disso, reconheço que as ausências provocam o desperdício da experiência (SANTOS, 2002).
Então, achei oportuno começar a atividade pedagógica apresentando aos meus(minhas) alunos(as) os dados da pesquisa exploratória, parte das minhas experiências e memórias resgatadas na Casa de Farinha. O que me fez entender que os demais alunos(as) da escola também deveriam participar da atividade, por isso, apresentei a proposta na escola. As colegas professoras decidiram participar, assim, dirigimo-nos à propriedade da dona Resistência. Durante o trajeto, os(as) estudantes celebravam entre pulos, algazarras e risos o encantamento pelas paisagens de sempre e todo dia: o rio, as flores, plantas, pássaros e borboletas, pois, ainda faziam novas descobertas.
Dona Resistência, esperava-nos no terreiro. Os(as) alunos(as) estavam inquietos(as) e eufóricos(as), porque queiram entrar na “fábrica” de farinha como eles nomearam. Ao adentrar, ficaram encantados(as) com o cenário rústico. A curiosidade foi tanta que eles(elas) fizeram uma verdadeira “sabatina” com dona Resistência. Ali, enquanto perguntavam e ouviam, também, passeavam, contemplavam o espaço; queriam entender tudo, cada função de cada “peça/aviamento/equipamento” construído com barro e/ou madeira pela criatividade ancestral. Foi uma aula memorável, linda, significativa por tudo o que observaram, conheceram, tocaram e escutaram. Em suma, voltaram encantados(as)!
No retorno da aula-passeio – como eles chamaram –, orientei-os(as) a falarem de forma espontânea sobre as percepções que tiveram e do que tinham gostado. Sugeri que fizessem desenhos para apresentá-los no momento seguinte. Para casa solicitei, como atividade, que contassem/falassem/partilhassem os saberes construídos naquela aula com a família e juntos pesquisassem receitas com derivados da mandioca. Na verdade, eu queria que acontecesse uma revisitação às lembranças, mas, agora, no seio familiar.
Felizmente, tive o retorno esperado através das muitas possibilidades de receita. Na continuação da sequência didática, fizemos a apresentação das receitas pesquisadas; escrita e leitura compartilhada e como encaminhamento, se fosse possível, a feitura de uma das receitas que foi pesquisada/estudada, visando expô-la na devolutiva[iv] – momento do desfecho da atividade pedagógica – que envolveu toda Comunidade Escolar.
 No dia da devolução, entre outras presenças, estava dona Resistência que fora convidada para celebrar os resultados da atividade conosco. Nesse dia, eu levei um painel ilustrativo com fotos da aula-passeio-visita e um outro contendo as etapas da domesticação da mandioca, desde a retirada da raiz da terra até o beiju no forno. Para apresentar aos(às) estudantes os produtos que derivam da mandioca montei uma exposição com: o caule, folhas, cascas, raízes, crueira, manipueira, goma, massa fresca, farinha, tapioca e o próprio beiju.
Foi desafiador transportar tais elementos de casa para a escola, mas, era preciso, porque uma das aulas planejadas não aconteceu, justamente a que tinha por objetivo visitar as plantações de mandioca e uma Casa de Farinha em funcionamento – ambas – em uma outra Comunidade do município. Enfatizo que a não realização dessa aula-visita foi por falta da liberação do transporte seguro para o traslado dos(as) alunos(as), muito embora existisse no município um transporte nesse padrão de segurança. Posto isso, vale destacar, afinal, interferiram negativamente no trabalho, as concepções equivocadas por parte de “alguns(as)”, afirmando que a aprendizagem ocorre somente na escola, no âmbito da “sala de aula” e que os trabalhos/culturas/identidades do campo/roça não são princípios educativos; nesse sentido, lanço mão do que diz Boaventura de Sousa Santos, (2002, p. 245): “[...] a pobreza da experiência não é expressão de uma carência, mas antes a expressão de uma arrogância de não querer ver e muito menos valorizar a experiência que nos cerca [...].”.
Quanto aos(às) estudantes, percebi um desejo de continuação das descobertas. Vários alunos(as) relataram que tinham pedido aos pais para conhecerem uma outra Casa de Farinha. Alguns(Algumas) fizeram essa viagem. Eu recebi o retorno de pais e alunos(as) cheios de contentamento.

 

À GUISA DE CONCLUSÃO

 

Como mulher da roça, senti-me instigada a continuar – junto aos meus familiares – cultivando, beneficiando a mandioca de forma agroecológica; isso, significa também cuidar da Casa de Farinha aqui de casa. Como docente, senti-me ainda mais motivada a desenvolver outras sequências didáticas, novas contextualizações, outras investigações acerca do resgate cultural, buscando escrever/guardar memórias afro-sertanejas. Com base nos escritos de Paulo Freire (1996, p. 47) sublinho que “[...] quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto às indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições, um ser crítico e inquiridor, inquieto, em face da tarefa que tenho - a de ensinar e não a de transferir conhecimento.”.
Assim, continuo na labuta, planejando e propiciando aos(às) estudantes aulas de campo e entrevistas com os mais velhos da Comunidade, convidando os(as) agricultores(as) para o centro da sala de aula – a fim de que possam compartilhar suas vivências, suas práticas. E, por consequência, vou sendo formada na própria experiência de ser e sentir docente numa região semiárida com especificidades tão particulares. Pois, conforme Souza, (2018, p. 35), “[...] a formação acontece a partir da experiência pessoal do sujeito que se entrecruza com as experiências profissionais.”. Nessa perspectiva, utilizo metodologias contextualizadas que fazem sentido para mim, para os(as) estudantes, para os seus familiares e para o lugar no qual a escola está inserida. Finalmente, procuro valorizar a “Ecologia de Saberes” (SANTOS, 2002), fomentando os princípios da Educação do Campo, afinal, segundo Caldart (2011, p. 141), quando a escola “[...] se desvincula da realidade [...] ela escolhe ajudar a desenraizar, e a fixar seus educandos num presente sem laços [...], isto quer dizer que, estas pessoas estão perdendo mais uma de suas chances (e quem garante que não a última?).”.

Acredito que a minha inquietação com algumas questões, aproxima a minha docência ao legado Freiriano, porque instigar os(as) meus(minhas) alunos(as) a buscarem o conhecimento de si e de suas histórias, passa pelo o ensino além-muros. Tocada pela beleza da diversidade que é própria do nosso campo/roça, busco em Freire, (2003, p. 47), entender que “[...] saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”. Essa motivação pode ser realizada por nós professores(as), compreendendo que trabalhar as vivências é oportunizar a comunicação e emancipação do ser.

 

REFERÊNCIAS

 

BHABHA, Homi. K. O local da cultura. Tradução de Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis e Gláucia Renata Gonçalves. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 1998.

BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Sobre a Fenomenologia. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani; ESPOSITO, Vitoria Helena Cunha (Orgs.). Pesquisa qualitativa em educação: um enfoque fenomenológico. Piracicaba: Editora Unimep, 1994. p. 15-22.


CALDART, Roseli. Salete. Educação do campo. In: CALDART, Roseli. Salete. et al. (org.). Dicionário da educação do campo. São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 259-266.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

 

FREIRE. Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

 

HALL, Stuart. Quem precisa da Identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu. (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 103-133.

 

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão; [et al.]. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013.


MALVEZI, Roberto. Semiárido: uma visão holística. Brasília: CONFEA, 2007.

 

RIOS, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco. Ser ou não ser da roça, eis a questão: identidades e discursos na escola. Salvador: EDUFBA, 2011.

 

SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. Coleção Primeiros Passos. 14.ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, outubro de 2002, p. 237-280. Disponível em <http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/pdfs/Sociologia_das_ausencias_RCCS63.PDF>. Acesso em 01 set. 2020.


SILVA, Ana Maria Anunciação da; SOUZA, Antonio José de. Negra da roça: andanças em primeira pessoa. Anais do Congresso Nacional Universidade, EAD e Software Livre - UFMG, v. 1, n. 11, 2020. Disponível em: <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/ueadsl/article/view/17013>. Acesso em 10 ago. 2020.


SOUZA, Antonio José. Identidades e cultura afro-brasileira na docência da roca: documento de referência para a educação básica.2016. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Diversidade) – Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Jacobina- BA, 2016.

 

SOUZA, Antonio José de. O já-dito e não-dito acerca das identidades e cultura afro-brasileira: histórias de vida-formação-profissão dos docentes de classes multisseriadas. Curitiba: Editora CRV, 2018.

 

SOUZA, Antonio José de; SOUZA, Heron Ferreira. Educação no/do campo: entre o concebido, percebido, vivido. Curitiba: Editora CRV, 2020.          



[i] Aluna especial do Mestrado Profissional em Educação e Diversidade (UNEB). Especialista em Educação do Campo (IFBaiano/Serrinha-BA). Professora da Educação Básica do município de Ichu/BA. Integra o Grupo de Pesquisa Formação, Linguagens, Experiência (FEL/UNEB, campus Coité) e Núcleo de Estudos em Agroecologia- (NEA/IF Baiano Campus Serrinha) E-mail: annaichu@hotmail.com.

[ii] Doutorando do Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea (PPGFSC) – Universidade Católica do Salvador (UCSal). Professor da Educação Básica do município de Itiúba/BA. Integrante do Laboratório LaPPRuDes - Políticas Públicas, Ruralidades e Desenvolvimento Territorial (IFBaiano), da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) e Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB). Professor-orientador da primeira autora. E-mail:  tonnysouza@gmail.com.

[iii] A prática da “devolução” eu aprendi com o Projeto CAT (Conhecer, Analisar e Transformar). Trata-se de um projeto do MOC (Movimento de Organização Comunitária), responsável, entre outras coisas, por ministrar cursos de capacitação para docentes do campo/roça. O MOC foi fundado em 1987, possui uma trajetória de luta, autonomia, suas ações estratégicas baseiam-se na luta por direitos, na participação dos sujeitos para a busca de direitos fundamentais.

[iv] A “roça” é concebida aqui a partir da concepção de Rios (2011, p. 13), tomando-a como uma “[...] ruralidade [...] envolta, principalmente, na semiótica da terra [...]” que, sobremaneira, tem um papel estruturante na constituição das identidades.


Comentários

  1. Ana Maria, inicialmente quero parabenizar pelo texto, tão cheio de vida, afeto, memória, sem perder de vista o rigor acadêmico e o entrelaçar da ciência e da vida. Se possível gostaria de saber como esse tipo de atividade/sequência didática pode motivar e inspirar os professores a deslocar-e ressignificar os conhecimentos escolares/acadêmicos? Que ambientes formativos formais e não formais podem ajudar os professores a ressignificarem suas práticas?

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    1. Prezada Glece Itana Cruz de Oliveira, ficamos felizes por sua leitura e contribuição ao nosso relato. Este texto, delineia um entrelaçar bonito, significativo e que temos orgulho em socializar com você e nesse brilhante Congresso. Essa atividade/sequência didática, motivou, inspirou e deu vigor à nossa prática pedagógica, pois, tal proposta se traduziu em uma ação colaborativa e potencial, pensar com os estudantes, partilhar com a equipe, valorizar a memória da comunidade. Uma construção de conhecimentos, que respeitou as possibilidades do contexto, permitiu reflexões, registros, diálogos entre as gerações, valorização das identidades, das culturas e da memória, entrelaçando a teoria e a prática, materializando o currículo que almejamos construir/consolidar. Foi uma experiência singular e exitosa, entrelaçar à prática/teoria , entender à docência de forma indissociada com a vida. Temos encontrado nas narrativas, no estudo da memória e da história grandes ambientes formativos, para a ressignificação da prática docente e proposição de novos estudos.

      Gratos.
      Profa. Ana Maria Anunciação da Silva.

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    2. Prezada, Grace.

      Seu depoimento deixou-me instigada a saber:
      De onde você é? Onde atua?
      Gostaria muitíssimo de continuar tecendo os fios desse debate com você.

      Abraços. Ana Maria Anunciação da Silva.

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    3. Sou de Candiba(Ba), da comunidade de Pedrinhas, local onde residem meus pais até hoje e onde estou durante a pandemia. Estudei em classe multisseriada no campo até a quarta série e por isso essa temática me interessa tão profundamente. Já exerci a docência no campo em classe multisseriada no municipio de Caetité e atualmente sou servidora técnica em Assuntos educacionsis do IF Baiano Campus Bom Jesus da Lapa. Meu trabalho é de assessoramento pedagógico.

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    4. Oi, Grace. Temos uma história semelhante, também fui aluna de classes multisseriadas, foram essas classes, que permitiram a mim e tantos outros(as) ter uma escolarização/aprender. Depois da quarta série, outro capítulo, nova história, novo desvelar, "uma andança cheia de resistência", uma escrita que faz parte de um estudo maior, sob a orientação do Professor/Orientador Antonio José de Souza.
      E sobre a escola em que estudei, encontra-se fechada, infelizmente foi desativada no ano de (2018). Uma grande perda para a Comunidade, percebi um "desfazer" nos laços cotidianos, pois, a escola sediava nossos encontros, lugar de partilha, referência e de tantas outras significações. Uma escola do/no campo precisa ser vista em várias dimensões, subjetiva, histórica, pedagógica, identitária, cultural e potencial. Eu leciono em outra escola do/no campo, procuro manter a memória viva, um devir discente/docente e ancestral.
      Venho há alguns anos, em parceria com o Professor/Orientador Antonio José de Souza, pesquisando, investigando, escrevendo e partilhando narrativas, relatando práticas, memórias e vivências.

      Aproveitamos para dizer-lhe que, seu olhar é muito importante para nós, seu trabalho também é muito importante enquanto mulher, coordenadora pedagógica/pesquisadora.

      Gratidão Grace.

      Ana Maria Anunciação da Silva.

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    5. Olá, Grace!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado por sua participação e, principalmente, por seu relato de vida.

      Forte abraço.

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    6. Grata por toda atenção e por participar desse evento com vocês!

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  2. olá Ana Maria, parabéns pelo seu trabalho junto aos/as alunos/as, atividades como essas é que nos enriquecem o conhecimento e a valorização da cultura alimentar. Como Paulo Freire propagava, "produzir o conhecimento científico e fazer uso desse conhecimento a serviço da justiça social.

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    1. Boa tarde, Kleide Ferreira de Jesus. Eu e o Professor/Orientador Antonio José de Souza, ficamos gratos por sua leitura e contribuição ao nosso relato. Acreditamos na potencialidade formativa docente/discente, quando entrelaçamos a teoria e prática e assim temos nos esforçado para construir atividades/sequências didáticas, lastreadas pelas valorosas contribuições de Paulo Freire. Respeitando o contexto, a dignidade e autonomia dos educandos e toda diversidade presente na escola e comunidade.

      Conte-nos também sobre você, onde atua? Existem Casas de Farinha por ai?
      Gostaria de ler/conhecer seu relato também.

      Gratos.

      Ana Maria Anunciação da Silva.

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    2. Olá, Kleide!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado por sua participação.
      Como a Ana Maria, também, gostaria de conhecer seu relato.

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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  3. Boa tarde, Ana Maria! Que encanto de trabalho. Gostei que você trouxe um pouquinho de ti no início, fez um lugar de fala e nos ambientalizou, que trajetória consciente!. Quero aqui registrar que seu trabalho me fez pensar o quanto as oportunidades se apresentam nos territórios comunitários e por vezes fechamos os olhos a essas possibilidades pois ficamos enraizados dentro dos espaços escolares em currículos "duros". Ano passado conheci o trabalho da Antonella Tassinari, que também descrevia a Casa de Farinha como escola e lugar de aprendizagem . O artigo dela me motivou a conhecer algumas técnicas de produção no meu território. Identifiquei o protagonismo das crianças via fabricação de farinha e polvilho, na produção de queijo e também na produção de pamonha. O trabalho me deu uma ótima oportunidade para debater com as crianças sobre o que são pertencimentos identitários dentro da cultura da família e a diferença dele para o as pessoas chamam de trabalho infantil. Então, nessa pegada, sobre o protagonismo infantil nas casas de farinha, queria saber se você identificou alguma criança que tinha conhecimento sobre a produção? Ou se ir a casa de farinha foi para eles (estudantes) novidade?

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    1. Prezada Iassana, boa tarde!
      Obrigada, por seu olhar atencioso. Estamos a cada dia mais interessados em escrever, pesquisar, conhecer e socializar debates tão oportunos. Por isso, acreditamos que a atividade pensada, planejada amplia-se a cada partilha, a exemplo desse Congresso. Destaco que, a proposta é fruto também de meu amadurecimento, enquanto discente da Pós Graduação em Educação do Campo, pelo IF Baiano campus Serrinha/Ba. Todas as disciplinas, afloraram em mim, novos conheceres, quereres. Nesse sentido, tenho também como Professor/ Orientador Antonio José de Souza, nossos diálogos, escritas, leituras, indagações reverberam como bem disse você: Uma trajetória consciente! De fato a Casa de Farinha possui grande potencialidade, para um trabalho interessante, que por vezes é "invisível" enquanto instrumento político, formativo, pedagógico, cultural. Assim, acreditamos ter nessa atividade, articulado gerações em torno de um saber, conhecimento histórico. Lhe respondemos que do total de 18 estudantes, 03 crianças já conheciam uma Casa de farinha, no entanto, não tiveram a oportunidade de contemplação, fazer perguntas, indagar e ampliar a aprendizagem. Por isso, foi novidade, recebi relatos emocionados de pais, do quanto a atividade conduziu conversas em casa e de pedidos diversos dos estudantes para voltarem naquele espaço.
      Aproveitamos para parabenizá-la, por toda a sua vontade em propiciar a valorização dos diversos saberes. Relate nos mais sobre sua investigação. Houve também uma interação entre escola, pais e Comunidade? Há uma proposta de continuação? O que destaca como mudança?

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    2. Mas com certeza você pode continuar produzindo mais materiais sobre esse riquíssimo trabalho na Casa de Farinha. quanto ao meu trabalho, tenho os anos de vivência na escola e comunidade como um aliado na participação de pais e famílias. Desse trabalho de inventariar me abriu as portas para virar mestranda. Além do mais já estamos colhendo material para criar blog sobre a região. O blog meio que será meu portifólio de trabalho, idealizado para trazer as crianças como protagonistas, produzindo reportagens, vídeos e trabalhando as diversas linguagens visuais. Percebi que algumas se identificam em tirar fotos e levam jeito. Outras gostam de filmar. Agora, só me vejo numa crescente, não há como parar de inventariar. O foco é usar a água como matriz ecopedagogica e trabalhar o território como espaço de cultura e de diálogo. Tem muito preconceito no meu território que precisa ser debatido. Acredito que vou conseguir disseminar sementinhas nas crianças.

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    3. Olá, Iassana!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Fale-nos mais sobre esses preconceitos identificados no seu território.

      Obrigado pela participação.
      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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    4. Ana Maria Anunciação da Silva23 de setembro de 2020 às 09:56

      Boa tarde, Iassana. Obrigada pelo incentivo, essa troca, diálogo com você e tantos outros(as) fortalece-me em vários sentidos, inclusive na produção de novos materiais. Tá lindo o desdobramento da sua pesquisa, acho pertinente essas novas proposições. Há de fato muitas coisas a serem trabalhadas nos nossos contextos.

      Assim como o Professor Antonio José, também gostaria de saber mais sobre os preconceitos a que você se refere.

      Abraços. Profa. Ana Maria Anunciação

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  4. Maria Aparecida Brito Oliveira21 de setembro de 2020 às 15:53

    Prezada Ana Maria e Antônio José, que maravilha ler este relato. Cheio de vida! Cheio de gente, de alma e inspiração!!! Parabenizo pela escrita, pela sensibilidade, ao tempo que gostaria de saber: após a realização do trabalho quais outras práticas/atividades você, Ana Maria, já pode trabalhar com seus educandos? Como foi a receptividade do corpo docente e comunidade escolar após a execução das suas atividades? Outros docentes se sentiram mobilizados e sensíveis? Já foi possível intercambiar outras práticas de maneira interdisciplinar? Grata, Maria Aparecida Brito Oliveira.

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva22 de setembro de 2020 às 12:57

      Boa tarde, Maria Aparecida Brito Oliveira.
      Seu feedback nos deixa contentes! Temos muita gratidão em partilhar nossas memórias, escritas e vivências docentes. Após a realização do trabalho, no dia da apresentação, culminância do Projeto, eu enquanto discente/docente/agricultora/orientanda estive no período da tarde, apresentando no IF Baiano, Campus Serrinha/BA o artigo intitulado: A ETNOMATEMÁTICA COMO UMA PRÁTICA SOCIOCULTURAL EFICAZ
      PARA A CONVIVÊNCIA NO SEMIÁRIDO BAIANO. A temática se entrelaça com a temática das Casas de Farinha, pois nelas existem inúmeras possibilidades, para intercambiar/trabalhar os conhecimentos etnomatemáticos. A começar pelo plantio, de como lançamos o caule na terra, a posição que garante maior número de germinação, "isso eu aprendi desde cedo". Pai, por exemplo consegue fazer uma base do rendimento das raízes, qualidade da massa, quantidade de água sem retirar as raízes da terra. É muito bonito. Por isso, eu sou apaixonada pela roça, com todos os desafios, ela foi a minha primeira experiência em Educação do Campo. Planejei outras aulas/sequências algumas a citar: Visita, entrevista a rezadeira, convidei o vaqueiro para falar da importância da caatinga, as vovós para relatarem as brincadeiras de suas infâncias e também aulas de campo, em unidade de produção agroecológica familiar. Eu tenho tentado, a Comunidade aprova e ajuda-nos nessa construção, meus colegas são parceiros, tem vivências tão bonitas quanto as minhas, buscamos o fortalecimento desse coletivo. Tenho gratidão ao Orientador, Professor Antonio José de Souza, pela disponibilidade, encorajamento e parceria no fazer desse entrelaçar bonito.

      Maria Aparecida, conte-nos mais sobre você. Qual atividade desenvolve? Qual público envolvido?

      Ficamos gratos por essa socialização
      .
      Ana Maria Anunciação da Silva.


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    2. Olá, Maria Aparecida!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado por sua participação.
      Vc tem toda razão quando ressalta o aspecto da vida na narrativa de Ana Maria. É, definitivamente, um texto implicado, pq parte de uma vivência genuína.

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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    3. Ana, sou admiradora do seu trabalho. Sou de Serrinha, estudei toda minha formação básica aqui e fiz minha graduação em geografia na UNEB. Já percorri muitas cidades baianas, trabalhando com educação, conhecendo gente, aprendendo com seus modos de vida e hoje estou de volta a minha terra querida. Vejo que você é uma apaixonada por suas raízes. Eu partilho o mesmo sentimento: sou apaixonada por Serrinha, por ando ando falo da minha cidades, das histórias do povo daqui, do modo de vida, da cultura, do clima, o povo acolhedor! (Maria Aparecida Brito Oliveira)

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  5. Relato belíssimo de luta, resistência e valorização do seu lugar. Possibilitar essa experiência a seus estudantes é mostrar para eles e elas que a sua realidadetambém é ricae cheia de conhecimento. Além disso, indica que aquilo que "parece" sem valor é na verdade fonte de vida, interesse e saber. Parabéns pelo trabalho! (Juliana Carvalhais Brito)

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva22 de setembro de 2020 às 13:11

      Olá, Juliana Carvalhais Brito.
      Tão contentes estamos com sua leitura e contribuição. Eu e o Professor Antonio José somos docentes do campo/roça. Gostamos da nosso lugar e nos esforçamos para "desconstruir" algo que nos acorreu: ( O atrelamento da semiaridez do solo e da nossa cor Negra), a nossa capacidade intelectual. Vivenciamos diversos episódios na escola, tal sistematização está em um estudo maior. Mas, nós enxergamos na prática docente um forma-se cotidiano, assim, temos buscado a valorização do contexto identitário, cultural. Podemos fazer mais, a experiência partilhada é rica fonte de conhecimento.

      Ficamos gratos a você. Mas lhe indagamos: Como acontece a vinculação entre currículo
      A e os saberes comunitários onde você mora?

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    2. Olá, Juliana!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado pela participação.

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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  6. Boa tarde!!!!! Ana Maria e Antônio José, que relato maravilhoso, me chamou bastante atenção, pois a minha dissertação do mestrado foi justamente, sobre os saberes e fazeres nas casas de farinha no povoado de Boa Vista da Tapera que se localiza no município de Encruzilhada - Bahia, a leitura dessas casas de farinha neste povoado foi pautada na articulação teórica entre Lugar e Memória Social, por meio da análise dos Alimentos Identitários.. Eu sou Nádia, fiz o mestrado em Geografia pelo PPGeo - UESB, Vitória da Conquista - Bahia. A pesquisa intitulada: “JÁ TORREI UM MEI MUNDO DE FARINHA NESSA VIDA”: LUGAR E MEMÓRIA SOCIAL NO SABER-FAZER DAS CASAS DE FARINHA NO POVOADO DE BOA VISTA DA TAPERA – ENCRUZILHADA – BAHIA. Com o objetivo de refletir sobre o significado da produção dos produtos derivados da mandioca na memória social dos grupos familiares residentes no espaço rural do Povoado de Boa Vista da Tapera no município de Encruzilhada, Bahia. Assim, o propósito da pesquisa é o de analisar a produção da farinha de mandioca e a sua importância, bem como a demanda desse alimento na contemporaneidade e sua implicação no espaço rural do povoado em questão. Nádia de Sousa Silva.

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva22 de setembro de 2020 às 13:46

      Olá, Prezada Nádia!
      Que alegria estamos por sua leitura e colaboração. Lhe parabenizamos por sua dissertação, ela significa uma fonte rica para leitura e aprofundamento das nossas pesquisas e tantas outras. De fato, há muito o que escrever/pesquisar sobre as Casas de Farinha. A mandioca é uma planta com aproveitamentos diversos, une gerações, transmite conhecimentos etnomatemáticos genuínos, é patrimônio, história, uma memória que se não escrita, "pode ficar desconhecida" silenciada. Sabe Nádia, ao lado da minha casa, tem uma Casa de Farinha. Acontece a semana da farinhada, conhecimentos que me fez/faz resiliente, criativa. Desde a infância eu estive na lavoura, limpando a mandioca, todo mês, como deve ser, obedecendo a divisão do trabalho no meu núcleo familiar, seguindo o meu "vão", como assim chamamos os caminhos do plantio. Caprichando pois, pai não dispensava e nem dispensa uma roça bem feita! Lutamos para ter na mesa a farinha, "ouro" para nós, ela foi por décadas o principal alimento da nossa casa e do povo aqui da roça. Nas três refeições, café, almoço e janta. assim, eu levava o meu roteiro de estudo para a roça, porque além de caprichar na roça eu tinha que aprender, para permanecer na escola. O tempo passou, tornei-me docente. Como poderia me esquivar dessa memória? Como não fazer esse entrelaçamento? Nessa caminhada, tive no IF Baiano Campus Serrinha/Bahia, pela primeira vez na minha vida acadêmica, a escuta e valorização dos meus saberes e fazeres e das vivências, memórias do meu povo. Também pela primeira vez, tenho um Orientador o Professor Antonio José de Souza, sensível, pesquisador e estudioso das identidades, culturas do Campo/roça, do fazer docente e da valorização da diversidade.

      Estamos gratos e lhe perguntamos: Quais sujeitos participaram de sua pesquisa? Qual abordagem você utilizou? Há na(s) escolas a contextualização dessa temática?

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    2. Olá, Nádia!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado por sua participação e, principalmente, por compartilhar um pouco da sua experiência como pesquisadora.

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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  7. Parabenizo aos autores pela profunda experiência aqui compartilhada! Como é importante ler ações como estas, que valorizam o contexto local, que leva o aluno (a) a perceber e pensar a sua realidade, promovendo uma aprendizagem significativa. Que enfrenta as barreiras impostas pela negação de novas ações, pelas deficiências do sistema público, no tocante à liberação de recursos logísticos para efetivação dessas práticas. Que resiste a tudo isso! Ana, o meu desejo é que continue com essas ações transformadoras, mesmo que no percurso os obstáculos possam existir. Saiba que levarei experiência como aqui foi apresentada para a minha ação em sala de aula. É formando uma rede de resistência que iremos construir uma prática pedagógica inquieta, desperta a curiosidade e a ação crítica. Amei o seu relato! (Eline Almeida Santos)

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    1. Olá, Eline!
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Obrigado por prestigiar o trabalho de Ana Maria que, como vc ressaltou, é potência, resistência e ação implicada.

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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    2. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 16:43

      Boa noite, Eline Almeida Santos.

      Agradecemos sua leitura, ao mesmo tempo em que ficamos contentes por sua contribuição. Acreditamos que, a aprendizagem deve fazer sentido sempre e por isso, buscamos promover a contextualização da realidade do educando, conforme nos propõe Paulo Freire. Muito embora, exista a falta de sensibilidade pelo poder público. Continuamos a propor sequências didáticas, pesquisas, investigações sobre o contexto comunitário, estamos de fato na resistência pois, grandes são os desafios. Mas, ressalto que, o apoio incondicional do Professor Antônio José de Souza é algo que me mantém motivada, ler, escrever, pesquisar e socializar vivências têm sido uma experiência singular é com ele que tenho aprendido. Eu estou cheia de gratidão, em pleno estado de contentamento pela partilha, troca e dialogicidade que esse Congresso nos têm possibilitado. Te desejamos êxito e muita felicidade nos caminhos que você trilhar, ao mesmo tempo, nos sentimos gratos em saber que você nos ajudará a propagar, sequenciar essa e outras propostas. Desejamos te encontrar em outros momentos. Resistiremos.

      Ânimo, ânimo, ânimo!
      Ana Maria Anunciação da Silva.
      Abraços.

      Ana Maria Anunciação da Silva.

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  8. Parabéns, Ana Maria!
    Sua história é muito linda de conhecer. A coragem de expor sua história vivida é fantástica e enriquecedora. Gostaria de saber se a senhora implantou alguma tecnologia na casa de farinha ou continua com as mesmas técnicas utilizadas antigamente?

    Maria Erenita de Amorim Coelho

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva28 de setembro de 2020 às 06:44

      Bom dia, Maria Erenita Amorim.
      Ficamos gratos com sua leitura e contribuição.

      De fato, contar a história de vida é ato que requer coragem, temos pensado o quanto partilhar as vivências é importante. Sim, implantamos algumas tecnologias, a exemplo do motor que antes era a gasolina e agora usamos na rede elétrica, também a prensa que era tipo uma caixa, e que demorava um tempo maior para enxugar a massa (ela ainda existe), mas fizemos uma outra, como suporte, a nova prensa também é de madeira, mas, em formato aberto, reduzindo em metade o tempo para secagem. Nesse sentido, evita que a massa chegue a ficar azeda, portanto, temos uma farinha melhorada, mais saborosa.

      Conte-nos um pouco sobre você. Existem casas de farinha por ai? Como vai o funcionamento das mesmas?

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    2. Oi, Maria Erenita.
      Tudo bem?
      Espero que sim.

      Muito obrigado pela participação.

      Sua pergunta me suscitou um questão: o que é tecnologia?
      O novo?
      O velho não é?
      Fico pensando que tudo começou como o "Homo dos primórdios" descobrindo uma forma de produzir as primeiras faíscas, através do atrito de pedras ou pedaços de madeira. Quer dizer tudo começou do velho. O novo só é possível a partir do velho.

      Enfim, apenas elucubrações!

      Forte abraço.

      Prof. Antonio José

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  9. Fiquei deliciando-me com cada palavra plantada, cada conhecimento e sentimento que brotaram nesse diálogo provocado pelo seu texto. Venho tecendo redes de reflexão entre cultura e trabalho, nesse aspecto, gostaria que você falasse mais sobre domesticar a mandioca. Parabéns, mais uma vez, pelo relato!
    Cleomar Felipe Cabral Job de Andrade.

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 17:22

      Boa noite, Cleomar.
      Tão felizes estamos!

      Nessa semana em que esse Congresso ocorre é justamente o período que fazemos a Semana da Farinhada. Sabe Cleomar, esse ano ela ainda não aconteceu pois, estou junto aos meus familiares a elaborarmos estratégias sanitárias seguras para desenvolver o processo devido a pandemia. Minhas memórias sobre a domesticação da mandioca são inúmeras é uma lida/trabalho que envolve o coletivo comunitário, todas as gerações, muitos conhecimentos. Na Roda de Conversa à tardinha com meus pais e outros mais velhos, ainda estou a descobrir histórias, vivências outras sobre a cultura da mandioca, és deverás um emaranhado de criatividade, de grande valor histórico, sociocultural. Eu gosto de contextualizar/ escrever sobre a domesticação da mandioca também reconhecendo o legado outros povos, os indígenas. também como sendo no nordeste uma cultura forte. Enquanto mulher negra aqui da roça, sei/participo desde o plantio ao armazenamento, aprendi na infância, me recordo que a primeira Casa de Farinha da minha Comunidade foi a de meu avô, construída com adobes de barro, por várias mãos, isso há mais de 50 anos. Essa construção ainda está de pé, acredita? Mas não em funcionamento, depois que vovô nos deixou. Todos/das envolta das mandiocas, dividimos as tarefas, por exemplo a raspagem da raiz, onde fazemos o pé, ( tirar a casca da parte mais grossa), essa é tarefa é de adulto ou daquele/la que estivesse/estiver em melhor condição física, as crianças, ficavam com o trabalho mais leve, ( retirávamos o restantes da casca da ponta da raiz), recolhíamos as raspas e carregávamos nos balaios de cipós, feitos por aqui mesmo, cipós recolhidos em lua escura tem que ser assim, nós também, buscávamos ás águas para as mulheres espremerem a massa e retirar a fécula/goma e até ajudávamos nessa atividade, de olho nos beijus vindouros também rsrsrs, servíamos água, sucos.. Então tinha/temos um respeito, vejo esse processo totalmente educativo. Por exemplo, Cleomar, na hora de apertar a prensa, juntam-se dois, três, pois exige uma força coletiva que somada trás o resultado que é a secagem na hora certa, a lenha que buscamos para torar essa farinha, quantidade, a espécie de árvore que faz melhor brasa. O forno pede massa! Não podemos de nenhuma maneira negligenciar nenhuma das etapas, tudo é muito cuidadoso, fazemos esse cronograma/acordo antes. A hora de sair da Casa de Farinha é tarde, semana de dia longo e noite curta, pois temos que voltar na madrugada, o forneiro chega cedo, ele não trabalha sozinho e nem deve, rsrsrsrs, depois vão chegando as pessoas da comunidade, se sentam, acomodam-se, organizam-se e ai partilhamos trabalho e divertimento, é deverás uma memória/trabalho e história linda e têm sido um dos processos agrícolas coletivos, que está de alguma forma resistindo ao tempo por aqui. Eu poderia/posso ter falar mais. Essa semana em especial me lembrei de tanta coisa. Suspirei fundo.

      Gratidão é a palavra.
      Abraços.
      Ana Maria Anunciação da Silva.

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  10. O relato é muito lindo e valioso. As vivências compartilhadas pela autora (parabéns Ana María pelo lindo relato e grato pela partilha) oportunizaram a comunicação e, como colocado no final do relato, a emancipação tanto da relatora quanto dos leitores – e com certeza, dos estudantes que vivenciaram essas experiências na Casa de farinha, nos desenhos que fizeram, nas próprias casas no momento de fazer aquela atividade de pesquisar receitas com derivados da mandioca, e na atividade pedagógica que realizaram na escola.
    O engajamento e compromisso político é inspirador neste relato, porque mostra como nos processos pedagógicos é imprescindível se adequar, analisar e compreender o contexto das práticas educativas, o qual só pode ser realizado com compromisso, humildade e um exercício constante de reflexão sobre a realidade que nos rodeia. Como comentado no relato, “a seleção dos conteúdos é também uma ação pedagógica e política”, mesmo como a decisão de onde e com que agentes provocar o processo pedagógico. A proposta de sair da aula escolar para realizar atividades pedagógicas, ou bem, convidar aos/às agricultores/as para dentro das salas de aula, são exemplos poderosos – no sentido epistemológico – de processos que permitem a “transformação das ausências em presencias”, como expressado pela autora e o autor do relato.
    Finalmente, e para continuar com a troca de ideias, gostaria de fazer uma pergunta partindo da seguinte reflexão: considerando o contexto atual, onde o ensino remoto está sendo implementado como opção para os alunos não perderem o ano escolar e continuar se preparando academicamente, abriu-se a possibilidade para as autoridades educativas investir em equipamentos tecnológicos para realizar o ensino remoto. Pensando nas reflexões deste relato no sentido de que quando a escola “[...] se desvincula da realidade [...] ela escolhe ajudar a desenraizar, e a fixar seus educandos num presente sem laços [...], isto quer dizer que, estas pessoas estão perdendo mais uma de suas chances” (Caldart (2011, p. 141), como criar vivências nos estudantes que permitam a reconexão com os territórios para construir processos pedagógico-educativos com “raízes” etnoculturais nestes tempos pandémicos?
    Os desafios são muitos, mas como mostrado no relato, a vontade e criatividade das/dos educadoras/es também, por isso precisamos começar a pensar nestes mecanismos para continuar realizando processos educativos com uma perspectiva freireana, mesmo neste contexto adverso. Julio Itzayán Anaya López

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 17:54

      Boa noite, Julio Itzayán.

      Suas considerações nos motivam, nos enche de felicidade.

      Um contentamento que sentirmos, ao saber que estamos fazendo uma dialogicidade lastreada nos legados Freirianos.
      Ainda encontro resistências, quando proponho aulas para além dos muros da escola. Mas, o processo, os resultados, os sentidos construídos para a minha docência, estudantes, familiares e Comunidade, são totalmente formativos, me fazem resistir. Aprendi as estratégias para resistir, vivendo da/na caatinga, conciliando o tempo do trabalho enquanto princípio educativo e na escola, a qual silenciava as minhas vivências e ainda por vezes " tentou-me fazer sentir vergonha do vivido", projetando-me para "viver nas grandes capitais". Agradeço a sua pergunta, eu estou a planejar aulas/ fazer esse ensino remoto, de fato, não têm sido fácil Julio. Mas, como as famílias, estão também muito implicadas com o processo, tenho proposto investigações, que perpassam pelas memórias das Comunidades e do Território. Acho, que virá mais um relato sobre contextualização da realidade da Educação do Campo em tempos pandêmicos por ai. Tem grande possibilidade, as temáticas planejadas, me dão condições para isso. Aproveitamos para parabenizá-lo, por sua participação no Congresso. Eu e meu Orientador/Professor Antônio José de Souza, lhe agradecemos pelas reflexões tão pertinentes.

      Esperamos dialogar com você em outros momentos,

      Abraços.
      Professora Ana Maria Anunciação da Silva.

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  11. Quero parabenizar aos autores pelo lindíssimo relato! a historia relatada nos revela o quão é difícil, porem gratificante é a vida na roça, compartilho desta experiência, pois cresci na zona rural com os meus pais. Proporcionar aos alunos esta experiência foi uma excelente ideia por parte da professora, penso que não podemos desvincular a educação da realidade do estudante. Precisamos como educadores(as) romper com este modelo hegemônico de educação que exclui estes espaços do processo de aprendizagens dos estudantes. o saber está em todos os lugares, e deve ser compartilhado, para que com isso, possamos vivenciar momentos como este aqui apesentado. Como educadora como você tem visto os ataques à educação Popular?

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 16:11

      Boa noite, agradecemos sua leitura e colaboração. A Comunidade na qual a escola está inserida é muito potente. Desde quando fui trabalhar na escola, procurei fazer esse entrelaçamento, estudar, investigar e construir com os pares um currículo significativo, nossa roça é linda, mesmo com os desafios que ebfrentamos. Como educadora, eu tenho visto os ataques à Educação Popular como algo perverso, pois, o processo histórico do nosso país, sempre foi marcado por contradições, dominações e exclusões e nesse sentido, querem nos silenciar, cancelar de alguma forma.
      Suas contribuições foram maravilhosas, estamos contentes com essa socialização.

      Abraços, Ana Maria Anunciação da Silva.

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  12. Ana Maria, minha querida! Como foi bom fazer a leitura do seu relato. Você é maravilhosa, e sempre nos encanta com suas vivências. Ler o que você escreve é viajar em mundo que eu já vivi quando criança, onde mesmo não tendo professoras para fazer esse papel que você faz, mas minha mãe e meu pai fazia, levando meus irmãos e eu para conhecer esse mundo e aprender espremendo: a massa da mandioca para colocar em lugar de um dia para o outro, retirando assim a tapioca para assar o beiju. Já citado por você.
    Você é uma verdadeira gênia e propagadora da Educação do Campo. Percebo seu grande diante do trabalho com as crianças e sendo mulher negra, da roça e pedagoga. Parabéns! Quando li o título do trabalho na página do site, logo imaginei que fosse você.

    Beijo. Te gosto muito.
    Abraço ao professor Tony

    Grata: Maria Helena Brito de Almeida.

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    1. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 15:41

      Helena, seu relato me emociona. Eu tenho imensa gratidão por nosso encontro, nossa troca, nossas construções na Educação do Campo. Você enquanto mulher assentada, pedagoga, agricultora e militante me ensina sempre. E sobre a importância da Pós Graduação em Educação do Campo na nossas vidas, continua de pé viu? Vamos escrevendo. Estou lendo seu relato sob o brilho da lua, suas palavras suaves, emociona- me muitíssimo. Eu e o Professor Antonio José ficamos gratos por sua leitura e contribuição. Amo-te��

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    2. Ana, a lua vai estar cheia do dia 31 de setembro para o dia 1° de outubro. Vamos ficar atentas para apreciá-la ainda melhor. Gosto de vê-la da janela do quarto.

      Beijos.

      Maria Helena.

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    3. Ana Maria Anunciação da Silva29 de setembro de 2020 às 18:00

      Vamos! Esse Congresso vai ser concluído no brilho do luar do sertão, na luz, nas honrarias devidas. Que iniciativa linda do Professor Heron Ferreira de Souza. Celebremos, Helena!

      As conferências, as leituras, indagações, reflexões, debates, sugestões, tudo lindo!

      Paulo Freire Vive!

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    4. Oi, Maria Helena!
      Um forte abraço pra vc tbm.

      Prof. Antonio José

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  13. Parabenizo pelo relato! Uma narrativa que emociona, dá esperanças e criar conexões. Em diversos trecho, me identifico com as palavras, falas, experiências que são tão próximas a mim, enquanto mulher negra, professora, pesquisadora e morado do campo. Ler esse relato e os comentários a partir dele, me remeteu ao meu próprio processo de formação. Obrigada pela partilha!!

    Aila Cristina Costa de Jesus

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  14. Ana Maria Anunciação da Silva30 de setembro de 2020 às 09:44

    Boa tarde, Ayla Cristina Costa de Jesus.

    Que importante é sua leitura companheira. Em tempos desafiadores, essa troca fortalece nosso fazer pedagógico, renova as forças, como diz bem você, cria conexões! Foi isso e muito mais que esse Congresso nos proporcionou de forma brilhante! Temos um devir Ayla e por isso seguimos.

    Uma linda caminhada é o que desejamos para ti, para nós!
    Abraços negros/docentes/agroecológicos/Freirianos.

    Atenciosamente. Profa. Ana Maria Anunciação da Silva.

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  15. Parabéns pelo relato e pela experiência! De uma riqueza infinita.. Interessante a experiência com as casas de farinha e a possibilidade de construção do conhecimento através da realidade dos estudantes. Esse tipo de experiência enriquece e dá sentido à formação humana. Abraços, Eliane Silva de Queiroz

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  16. Ana Maria Anunciação da Silva30 de setembro de 2020 às 13:08

    Boa tarde, Eliane Silva Queiroz.

    Gratos pela sua leitura atenciosa. Partilhar essa experiência com você foi gratificante, sigamos na contextualização e na socialização das vivências docentes.

    Grata. Profa. Ana Maria Anunciação da Silva.

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  17. Saudações aos participantes!

    Estamos chegando ao fim do I Congresso Internacional Online de Educação Profissional,
    Territórios e Resistências. Agradeço muitíssimo a participação de todas/os vocês que se dispuseram a estar conosco.

    Refletimos, debatemos e dialogamos, ao fim, estou satisfeito e agradecido pela colaboração de todas/os e até o próximo!

    Abraços!!!

    Antonio José de Souza

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